O jogo em Castelo Branco foi disputado sob um vento intenso, numa tarde gélida.
Na 1.ª parte o Vigor jogou a favor do vento e conseguiu marcar um golo.
Ao intervalo, comentava-se que a 2.ª parte iria ser muito difícil para o Vigor, já que o Benfica de Castelo Branco iria tentar o empate e, a favor do vento, abusar dos passes longos e dos remates de longe.
Lembrei-me, então, de uma vitória do U. Coimbra, no Estádio da Tapadinha (Lisboa), numa final do Campeonato Nacional da III Divisão.
O U. Coimbra chegou à vitória na 2.ª parte, a jogar contra o vento. No final do jogo, "provoquei" o treinador unionista, Juan Callichio, dizendo-lhe que tinha tido muita sorte por ganhar o jogo naquelas condições.
A resposta da "velha raposa" foi esclarecedora: «Amigo, as boas equipas jogam sempre melhor contra o vento!».
Eu, jovem jornalista a iniciar-me nas lides, fiquei com esta máxima guardada na memória até hoje.
No sábado passado, em Castelo Branco, quando se faziam prognósticos sobre a 2.ª parte, recordei aos companheiros de viagem o episódio vivido com Callichio há uns 35 anos.
Eles olharam para mim com ar de quem não acreditava muito nas palavras do saudoso treinador argentino. Não ficaram convencidos.
Por isso, quando o jogo acabou (depois do Vigor ter marcado três golos na 2.ª parte, a jogar contra o forte vento), não fui capaz de evitar a pergunta:
– Então quem é que percebe de futebol, quem é?...
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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